No último dia 15/01, a direção da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), em Piracicaba (SP), anunciou a criação de uma comissão técnica permanente com o objetivo de fortalecer a luta contra a Febre Maculosa tanto no campus, quanto no município. A ideia é promover o debate de ações voltadas para a prevenção e controle da doença.
Ao todo, foram nomeados 13 especialistas para compor a equipe, dentre os quais, ecologistas, biólogos, médicos, veterinários, incluindo pesquisadores e também membros das Vigilâncias Epidemiológica Municipal e Estadual.
Dados provisórios da Secretaria Municipal de Saúde indicam o registro de 09 casos da doença no ano passado, com 05 mortes. Em 2012, o município somou 11 casos, incluindo 08 mortes. Atualmente, o índice de letalidade pela doença em Piracicaba supera a média nacional.
Segundo o prefeito do campus da ESALQ, professor Fernando Seixas, o alto índice de mortalidade da doença e também a grande quantidade de capivaras existentes no campus e no município foram os motivos que levaram à criação da comissão. “Diante da nossa preocupação com a Febre Maculosa é que decidimos criar essa equipe, formada por especialistas de diversas áreas. Sabemos que não existe uma única solução para controlar e prevenir a doença, então decidimos unir os conhecimentos dessas pessoas para discutir alternativas e soluções para o problema”, explicou.
A primeira reunião do grupo técnico deverá ocorrer já no próximo mês. Dentre as principais medidas a serem discutidas pela equipe, está a esterilização das capivaras. O animal é o principal hospedeiro do carrapato-estrela, transmissor da doença, que já matou pelo menos 19 pessoas em Piracicaba, desde 2009.
O assunto é alvo de pesquisa da professora Kátia Ferraz, do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ. Uma das linhas de pesquisa prevê até fornecimento de anticoncepcionais para as capivaras. A ESALQ estima que existam entre 250 e 300 capivaras dentro dos limites do campus.
“Já temos medidas como a colocação de cercas e alambrados na instituição e agora iniciamos as pesquisas sobre como pode ser feita a esterilização de alguns animais. É estudada inclusive a aplicação de anticoncepcionais. Esta seria uma alternativa para conter o aumento da população de capivaras sem eliminar os indivíduos”, afirmou Seixas.
“Essa é uma das alternativas que serão debatidas, já que permite controlar a população de capivaras. Mas também vamos falar sobre roçada, que é manter o mato baixo para diminuir a proliferação de carrapatos. Queremos discutir propostas que permitam atuar de forma científica na prevenção da Febre Maculosa”, acrescentou Seixas. Ainda segundo o professor, a intenção é que as medidas possam ser difundidas e adotadas também por outros municípios que tenham incidência da doença.
Até semana que vem,
Equipe CIEVS RIO.